sexta-feira, 14 de maio de 2010

Há 10 anos Beto tem plano para recuperar ponte do Guaíba




Ex-secretário dos Transportes do Rio Grande do Sul, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB/RS) afirma que as recentes declarações de José Serra e Dilma Rousseff, candidatos à Presidência da República que lideram as pesquisas, de que priorizarão a recuperação da ponte do Guaíba são alentadoras e certamente deixam os gaúchos felizes, mas pondera que há questões a serem esclarecidas e relembradas.
Em 2001, portanto há nove anos, Beto elaborou projeto já prevendo que nos cinco anos seguintes, até 2006, esta travessia pela ponte móvel que liga o Sul do Estado com as demais regiões ficaria cada vez mais complicada. Trata-se do Plano Integrado de Transporte (PIT), com diagnóstico assustador.
Inaugurada em 1958, a ponte se transformou num dos principais gargalos do Estado, por onde o fluxo de veículos aumentou ano a ano. Os motivos foram o aumento do fluxo de carros nas BRs 116 e 290, de navios pelas águas do Guaíba e, ainda, com a ampliação da Refinaria Alberto Pasqualini. Isso tudo era previsível. Mas agora tem ainda o agravante do Pólo Naval de Rio Grande, que amplia ainda mais o uso da ponte, que já tem 52 anos de vida.
Beto lamenta a perda de tempo dos governos que, mesmo com o Plano Integrado de Transporte pronto para ser implementado, esperaram nove anos para hoje chegar a conclusão que o problema era realmente sério. “Coordenei, entre 2001 e 2002, a elaboração do PIT, mas infelizmente o projeto foi engavetado na Assembléia Legislativa”, lamentou o parlamentar.
O PLANO
No dia 20 de março de 2006 o plano foi apresentado na Comissão de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do RS (Fiergs), um estudo técnico de construção de uma nova ponte com vão fixo e altura de 40 metros que permitirá a passagem livre de navios. Com 2,5 mil metros de extensão e duas pistas, a ponte ligaria a Rua Dona Teodora, no começo da freeway, à BR 116, na direção da região Sul do Estado, com um investimento que na época era calculado em R$ 337 milhões.
Debatida com diversos setores econômicos, políticos e sociais do Rio Grande do Sul, a proposta de Beto tem quase 10 anos de existência. “O projeto não foi em frente porque governantes têm feito ouvidos moucos e agora candidatos falam no assunto como se fosse uma grande cartada deles”, critica o deputado federal.
Na época, o projeto apontava que 10,2 milhões de veículos trafegam no trecho a cada ano. O vão era içado, em média, três vezes por dia, provocado paralisações de até 15 horas por mês no trânsito. Além do custo econômico, que era de R$ 124 milhões devido à espera dos caminhões durante o içamento, o plano prevê que em três anos de uso a nova ponte estaria paga. Além disso, a obra pode ser executada pela concessionária do trecho, por meio de parceria público-privada, ou pelo governo federal. “Colocar um projeto desse porte em prática exige visão estratégica, responsabilidade e ousadia. É isso que esperamos de nossos governantes”, conclui.

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